O MEU CORDEL ENCANTADO Pedro Paulo Paulino O meu cordel encantado Está na televisão Que eu trago sintonizada No canal do coração, Desde as primeiras leituras, Com as imagens mais puras Das coisas do meu sertão. O meu cordel encantado, Eu sempre tenho assistido No dia a dia do povo Deste Nordeste sofrido: Um cordel risonho e franco, Umas vezes, preto e branco, Outras vezes, colorido. O meu cordel encantado, Repleto de poesia, Está lá numa escolinha Onde aprendi certo dia O á-bê-cê e a tabuada, Sem qualquer norma empregada Na atual pedagogia. O meu cordel encantado Inda está sobre o balcão Da bodeguinha modesta Do meu pai, lá no sertão, Onde à tarde, sem faltar, Lia para ele escutar Versos sobre Lampião. O meu cordel encantado Inda está na poesia Cativante do romance Coco Verde e Melancia, No Malazartes Jocoso, No Pavão Misterioso, Que também pra ele eu lia. O meu cordel encantado Que conservo sempre eterno, Pela mão que o escreveu, Já nasceu velho e moderno, Com metro e rima apurada, Tem como exemplo, A Chegada De Lampião no Inferno. O meu cordel encantado Tem bastante sensação, Faz rir, como faz chorar, Se lido com emoção. O meu cordel tem sinônimo Na história de Jerônimo - O Grande Herói do Sertão. O meu cordel encantado Tem sentido e tem roteiro. Grinalra e Sebastião, Um romance verdadeiro. Com saudade, sinto abalo Ao lembrar certo cavalo Que defecava dinheiro. O meu cordel encantado Eu lembro a todo momento. Pela grandeza que tem, Contagia o sentimento, É feito com perfeição, Como A Vida de Cancão. E seu rico Testamento. O meu cordel encantado Que eu lia na infância minha Era o mesmo que se lia Numa casa de farinha, Romance de drama e glória, Tal como a bonita história Do Pedrinho e a Julinha. ............................................................................... Cordel produzido por professoras na oficina do SESC Araraquara. | ||
Chapeuzinho Vermelho Bem vindos, ó minha gente Uma história eu vou contar Da Chapeuzinho Vermelho Que os doces foi levar Preste muita atenção Para não se assustar. Uns docinhos bem gostosos A mamãe lhe preparou Colocando na cestinha A mamãe lhe avisou Mas não vá pela floresta Mas ela não escutou. Pela floresta ela foi E encontrou o lobo então E o lobo disfarçou Que era um anjo guardião Atrasando a menina Se mostrou espertalhão. A menina atrasada Na casa da vó chegou Na porta ela bateu Mas ninguém de lá falou Chapeuzinho preocupada Na casa então entrou. Quando a vó ela viu Foi difícil de entender Nossa vó que olhos grandes É para melhor te ver E essa boca enorme É a que vai te comer E o lobo a boca abriu Para menina engolir E um salto ele deu Para ela não fugir Foi quando o lobo disse Não adianta você ir. Para sorte da menina Aparece um caçador Corajoso ele disse Vou acabar sua dor Chapeuzinho alegremente Sorriu como uma flor. O valente caçador Com a faca empunhada Abriu a barriga dele Tirou a vovó amada Que saiu de lá sorrindo E todinha amassada. E assim aqui termina Um conto com alegria Do lobo que se deu mal Com tanta estripulia Um abraço pra vocês Adeus até outro dia. |
domingo, 5 de junho de 2011
Literatura de cordel
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