domingo, 5 de junho de 2011

Literatura de cordel

O MEU CORDEL ENCANTADO
Pedro Paulo Paulino

 O meu cordel encantado
Está na televisão
Que eu trago sintonizada
No canal do coração,
Desde as primeiras leituras,
Com as imagens mais puras
Das coisas do meu sertão.

 O meu cordel encantado,
Eu sempre tenho assistido
No dia a dia do povo
Deste Nordeste sofrido:
Um cordel risonho e franco,
Umas vezes, preto e branco,
Outras vezes, colorido.


O meu cordel encantado,
Repleto de poesia,
Está lá numa escolinha
Onde aprendi certo dia
O á-bê-cê e a tabuada,
Sem qualquer norma empregada
Na atual pedagogia.

 O meu cordel encantado
Inda está sobre o balcão
Da bodeguinha modesta
Do meu pai, lá no sertão,
Onde à tarde, sem faltar,
Lia para ele escutar
Versos sobre Lampião.

 O meu cordel encantado
Inda está na poesia
Cativante do romance
Coco Verde e Melancia,
No Malazartes Jocoso,
No Pavão Misterioso,
Que também pra ele eu lia.

 O meu cordel encantado
Que conservo sempre eterno,
Pela mão que o escreveu,
Já nasceu velho e moderno,
Com metro e rima apurada,
Tem como exemplo, A Chegada
De Lampião no Inferno.

 O meu cordel encantado
Tem bastante sensação,
Faz rir, como faz chorar,
Se lido com emoção.
O meu cordel tem sinônimo
Na história de Jerônimo
- O Grande Herói do Sertão.

 O meu cordel encantado
Tem sentido e tem roteiro.
Grinalra e Sebastião,
Um romance verdadeiro.
Com saudade, sinto abalo
Ao lembrar certo cavalo
Que defecava dinheiro.

 O meu cordel encantado
Eu lembro a todo momento.
Pela grandeza que tem,
Contagia o sentimento,
É feito com perfeição,
Como A Vida de Cancão.
E seu rico Testamento.

O meu cordel encantado
Que eu lia na infância minha
Era o mesmo que se lia
Numa casa de farinha,
Romance de drama e glória,
Tal como a bonita história
Do Pedrinho e a Julinha. 

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Cordel  produzido por professoras na oficina do SESC Araraquara.


Chapeuzinho Vermelho

Bem vindos, ó minha gente

Uma história eu vou contar
Da Chapeuzinho Vermelho
Que os doces foi levar
Preste muita atenção
Para não se assustar.

Uns docinhos bem gostosos

A mamãe lhe preparou
Colocando na cestinha
A mamãe lhe avisou
Mas não vá pela floresta
Mas ela não escutou.

Pela floresta ela foi

E encontrou o lobo então
E o lobo disfarçou
Que era um anjo guardião
Atrasando a menina
Se mostrou espertalhão.

A menina atrasada

Na casa da vó chegou
Na porta ela bateu
Mas ninguém de lá falou
Chapeuzinho preocupada
Na casa então entrou.

Quando a vó ela viu

Foi difícil de entender
Nossa vó que olhos grandes
É para melhor te ver
E essa boca enorme
É a que vai te comer

E o lobo a boca abriu

Para menina engolir
E um salto ele deu
Para ela não fugir
Foi quando o lobo disse
Não adianta você ir.

Para sorte da menina

Aparece um caçador
Corajoso ele disse
Vou acabar sua dor
Chapeuzinho alegremente
Sorriu como uma flor.

O valente caçador

Com a faca empunhada
Abriu a barriga dele
Tirou a vovó amada
Que saiu de lá sorrindo
E todinha amassada.

E assim aqui termina

Um conto com alegria
Do lobo que se deu mal
Com tanta estripulia
Um abraço pra vocês
Adeus até outro dia.

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