quarta-feira, 1 de junho de 2011

PROJETO PARA O 2º SEMESTRE


 PROJETO – POESIA POPULAR “ O Cordel”

    Um projeto com o gênero cordel pode ser uma boa oportunidade de a escola ter um encontro com a experiência cultural que emana desta literatura e toda sua riqueza expressiva, quanto à articulação de várias linguagens — verbal oral, verbal escrita, musical, gráfica etc., e quanto aos diversificados temas que aborda.
    Assim, o projeto pode colocar “na ordem do dia”, uma literatura, geralmente relegada a segundo plano nos materiais didáticos e no cotidiano da escola, para que se possa conhecer, valorizar e respeitar a multiculturalidade própria de nosso país e os significados de coletividade e experiência comunitária presentes na produção do cordel.
    Além disso, é bem interessante discutir com os alunos como a literatura de cordel, até por sobrevivência, acaba por incorporar inovações da indústria cultural, o que a torna mais rica e diversificada do que já é.

Objetivos


• Ampliar o repertório textual dos alunos no que se refere ao cordel.


• Conhecer as características temáticas, composicionais e estilísticas do gênero cordel.

• Desenvolver a habilidade de acompanhar com atenção e interesse obras lidas em voz alta por leitores ou cordelistas.

• Desenvolver a habilidade de ler em voz alta cordéis previamente preparados e de maneira expressiva.

• Pesquisar a literatura de cordel que faz parte do patrimônio local ou de pessoas da comunidade.



Produto Final

Sarau Literário - Cordel na escola.

Duração: um bimestre, com aulas, previamente reservadas, para o projeto.


Desenvolvimento do Projeto

1-Discutir com os alunos os objetivos, etapas e produto final do projeto.

2- Iniciar o projeto, propiciando que os alunos conheçam mais o gênero, a partir, por exemplo, do livro “Feira de versos: poemas de cordel”, fazendo leituras orais dos cordéis presentes no livro, pelo menos, dois de cada um dos autores. É desejável fazer mais de uma leitura de cada texto, para que se possa vivenciar o gênero de forma mais intensa. Os alunos devem também ser estimulados a assistir a novela das seis “Cordel encantado” exibida na Rede Globo de modo a representarem cenas e recriarem histórias a partir dos personagens. Poderão também fazer um teatro de fantoches com as imagens dos personagens.

3- Organizar os alunos em grupos para que pesquisem outros cordéis, outros autores e socializem suas descobertas, em dia previamente estabelecido. Este material deve ser disponibilizado no dia do Sarau de Cordel.

4 – Ajudar os alunos a selecionar alguns cordéis para que façam jogos dramáticos, especialmente as histórias que envolvem animais. Lembrar que a literatura de cordel foi a inspiradora de algumas peças de teatro, como “O auto da compadecida” de Ariano Suassuna e alguns trechos de “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto.

5- Organizar algumas “oficinas de produção textual” que podem ser:

a) textos de cordel pelos alunos, a partir de temas, composição e estilo próprios do gênero;

b) elaboração de paródias ou paráfrases pelos alunos, que são formas de diálogo com outros textos. Bons exemplos disso são: a letra de “Folia de Príncipe”, retomada por Chico César de “A mulher rendeira”; ou “Caso de vestido” de Carlos Drummond de Andrade que remete à versificação clássica do poema narrativo de cordel.

OBS.: todo este material produzido pelos alunos deve considerar os procedimentos de escrita: planejamento do para que/o quê e como se vai escrever, bem como as necessárias revisões até o texto final para publicação. As produções dos alunos devem ser guardadas, em sua versão final, para a exposição no dia do Sarau; e no BLOG, criado para a divulgação dos trabalhos dos alunos. (produto final)
6- Buscar apoio com a professora de Arte, para que os alunos:
a)  conheçam mais a ilustração típica dos folhetos de cordel que é a xilogravura, atentando para as condições sociais e históricas em que são produzidas, seu caráter fantasioso ou realista, a técnica do pirógrafo, seus traços dominantes, seus temas e formas, etc. Não deixar de chamar a atenção dos alunos para o fato de a xilogravura ter influenciado muitos artistas plásticos, pelo país afora;
b) criar suas xilogravuras, para as histórias que produziram para o Sarau de Cordel.
7- Marcar dia e horário para os grupos de produção de cordel apresentarem seus textos para o grupo-classe, como forma de preparação para o trabalho. Distribuir as apresentações, de forma que não se tornem nem cansativas e, ao longo delas, discutir com os alunos os aspectos gerais do gênero e os aspectos singulares das composições de cada um.
8- Organizar algumas audições de músicas de artistas que tematizam a cultura popular, como Antônio Nóbrega, Alceu Valença, Zé Ramalho, Mestre Ambrósio.
9- Solicitar que os alunos pesquisem na região os moradores que conhecem literatura de cordel ou até mesmo os cordelistas do lugar. Estas pessoas devem ser convidadas a se apresentarem no dia marcado para o Sarau de Cordel. Se possível, gravar (em vídeo ou áudio) algumas apresentações, para que fiquem no acervo da biblioteca ou da escola. Esta é uma excelente oportunidade de trabalhar com a memória local.
10- O cartaz-convite para o Sarau de Cordel pode ser feito em xilogravura e o convite pode ser em versos. Tudo bem coerente com o gênero cordel. Organizar os alunos para que os grupos se responsabilizem por uma ou outra produção, de forma que a criatividade esteja em alta e a divulgação do projeto seja garantida.
11- Os alunos devem envolver ainda outros professores, os pais e a comunidade, de forma a garantir que o evento seja bem diversificado, com:

- exposição de folhetos de cordel dos alunos e de autores locais ou consagrados;


- murais com textos sobre literatura de cordel e cordelistas;

- cantadores populares fazendo suas cantorias e desafios;

- exposição de xilogravuras;

- encenação de peças inspiradas ou adaptadas das histórias de cordel.


Leituras de apoio



Livros:


BRANDÃO, Helena Nagamine. Gêneros do discurso na escola: mito, cordel, discurso político, divulgação científica. São Paulo: Cortez, 1999 (vol.5. Col.Aprender e ensinar com textos).

OBEID, César. Minhas rimas de cordel. São Paulo: Moderna, 2005.

PINHEIRO, Hélder e LÙCIO, Ana C.M. Cordel na sala de aula. São Paulo: Duas Cidades, 2001 (Coleção literatura e ensino; 2).








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