terça-feira, 24 de maio de 2011

Veja a ata de ocorrência produzida pelo oitavo ano 2 - É IMPORTANTE QUE TODOS LEIAM!


     O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto de  interação - a escola, universidade, família etc., mas pode ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos. Há uma tendência de as escolas não admitirem a ocorrência do bullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo.
     Esse tipo de agressão, geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estão inclusos no bullying, os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas.
     As pessoas que testemunham o bullying, em sua grande maioria, alunos, convivem com a violência e se silenciam em razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do agressor. 
     No espaço escolar, quando não ocorre uma efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica contaminado e os alunos, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando sentimentos de medo e ansiedade.
     As crianças ou adolescentes que sofrem bullying, podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.
     Em nossa escola, o bullying é uma prática que vem se tornando cada dia mais comum, e por isso, nós educadores, precisamos manter uma postura de repúdio a qualquer tipo de violência. O bullying existe e deve ser combatido!

Ata de ocorrência
No dia seis de maio de dois mil e onze, os alunos da turma do oitavo ano 2, turno matutino; da Escola Estadual Veríssimo Teixeira Costa e eu, (professora de português Luciana Renata Dias), reunimos para discutir sobre um problema que está afetando toda a turma e até mesmo a escola – o bullying. De acordo com os alunos Gilmar e Vitor, alguns colegas da sala os ofendem sem motivo chamando-os por apelidos pejorativos como “bola”, “goiaba”, “baleia”, “gay”, “tubi”, “sapatão”, “boiola” entre outros. Resolvi então comunicar o fato à Especialista de Educação Básica – Elizângela  e disse aos alunos que, se o problema persistisse, escreveria uma carta ao juiz da nossa comarca (Taiobeiras/MG) informando sobre o assunto e pedindo providências. Eu também disse que anexaria junto à carta, relatórios dos alunos que sofreram e sofrem bullying. Os alunos Daniel Márcio, Marcos Nascimento e Marcos Nogueira, arrependidos, resolveram se retratar pedindo desculpas ao colega Gilmar, que aceitou as desculpas. Outros, porém, não pediram desculpas, então eu disse a eles que seus nomes já seriam encaminhados ao juiz, caso repetissem o erro. De repente, a aluna Daniela é questionada pelos colegas porque no dia anterior (quinta-feira, dia cindo de maio de dois mil e onze) ela havia discriminado o aluno Vitor chamando-o de “sapatão”. A aluna Maria do Carmo disse que Daniela se exaltou ainda mais dizendo “se Vitor não fosse sapatão, seria gay”. Os colegas relataram que a colega Daniela gritava, chorava e saiu para fora da sala e disse para a aluna Amanda que estava muito nervosa e por isso seria capaz de furar Vitor com estilete e bateria no rosto de Maria do Carmo. Hoje também(dia seis de maio de dois mil e onze), Daniela apresentou um quadro agressivo de comportamento ao ser questionada sobre a necessidade que a mesma tinha de também pedir desculpas. Ela gritava que não pediria desculpas porque sofre bullying o tempo todo. Ela chorava descontroladamente, dizendo que queria sair da sala porque os alunos estavam discriminando-a também. A aluna foi então levada pela professora para a sala dos professores e depois encaminhada para o serviço pedagógico.
“Entendendo numa situação dessa, que a escola, a família e a sociedade, precisa tomar posição e combater a todo custo, qualquer forma de preconceito. Não queremos apontar culpados, mas buscar uma solução para que todos possam encontrar na escola, o suporte necessário para uma formação técnica competente, crítica, mas, acima de tudo, humana.” Prof.a Luciana.
Nada mais havendo para tratar no momento, encerrou-se a reunião e a presente ata será lida por mim e assinada por todos os alunos do oitavo ano dois.






















Um comentário:

  1. Enquanto todos nós não tomarmos posição diante desse assunto, fatos lamentáveis como esse vão continuar acontecendo... Se cada um fizesse sua parte, se portando de maneira correta, tolerando as diversidades, as coisas seriam diferentes. Parabéns a professora que expôs o problema em sala e levou os alunos (ao menos alguns) à reflexão!

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